Deixamos aqui mais alguns ditos que só um bracarense (ou quanto muito um nortenho) entenderá.
Veja também: “És de Braga?” – As expressões tipicamente bracarenses
- “Vai abaixo de Braga!”
Esta expressão não quer dizer nada de bom. Se já a ouviu e não a entendeu, talvez tenha sido pelo melhor. Quando um bracarense o manda para abaixo da cidade, não está a manda-lo para nenhum sítio agradável – muito pelo contrário.
O Campo das Hortas fica numa zona mais baixa que o resto do centro histórico e, antigamente, ficava fora das muralhas da cidade. Como o declive ia dar a essa zona, os dejetos e águas residuais de Braga iam parar precisamente ao Campo das Hortas.
Por isso, se o mandarem “abaixo de Braga” já sabe o que lhe estarão a tentar dizer…
- “Soube-me a pato”
Esta expressão, ao contrário da anterior, exprime uma situação bastante agradável. Quando ouvir alguém a dizer que alguma coisa lhe “soube a pato”, não precisa então de desconfiar que algo não está bem.
“Saber a pato” refere-se apenas a um episódio em que tenhamos comido uma refeição sem a pagar, o que é sempre bom, não acha?
- “Estou barado/a!”
“Estar barado/a” (ou mais corretamente varado/a) não tem, necessariamente, de surgir numa situação pouco agradável. Se já a ouviu, deve ter-se apercebido que é proferida em conversas ou episódios que, por algum motivo, provocam surpresa ou admiração.
Ficar “barado/a” (como se diz à maneira nortenha) significa, pura e simplesmente, que ficamos espantados e/ou boquiabertos com alguma coisa.
Portanto, se ouvir de a boca de um/a bracarense as palavras “estou barado/a da minha vida”, fica agora a saber que ele/ela estão realmente muito surpreendidos com alguma coisa.
- “Fiz a pomba”
Entre as quatro expressões deste artigo, esta é talvez aquela que exprime a situação mais feliz e alegre.
Quando um bracarense lhe diz, todo contente e com um largo sorriso, que “fez a pomba”, ele quer dizer que conseguiu ganhar uma quantia considerável de dinheiro, de uma maneira rápida e fácil, sem grande esforço.
Como tal, “fazer a pomba” refere-se a situações como encontrar dinheiro na rua ou ganhar o Euromilhões. Quem nos dera ter motivos para dizer que “fizemos a pomba”, não acha?