“És de Braga?” – As expressões tipicamente bracarenses

O bom português é fértil em expressões e dialetos populares que nos fazem desconhecer o próprio domínio linguístico e Braga, em concreto, é uma fonte de inspiração para estas idiomáticas.

Neste artigo, encontramos a explicação para algumas das expressões mais famosas da cidade que corre muitos dos ditados de todo o país.

 

  1. Isso é mais velho do que a Sé de Braga!

Provavelmente a expressão mais utilizada em todo o território nacional que remonta à bela cidade de Braga. Esta expressão é utilizada quando se classifica algo com muito tempo tempo, velho, ultrapassado. A justificação surge do facto da Sé de Braga ser a mais antiga arquidiocese de Portugal, contando já com mais de 8 séculos.

  1. Ver Braga por um canudo.

Rafael Bordalo Pinheiro imortalizou esta famosa expressão no álbum de caricaturas António Maria e tudo deriva do telescópio que se encontra no Bom Jesus do Monte que permite observar toda a cidade.

Reflete o facto de ver as expectativas frustradas, ficando muito perto de concluir um objetivo e de não conseguir atingi-lo – a “proximidade” que o canudo produz chega a provocar este mesmo sentimento, o facto de sentirmos a cidade bem próxima, quando não está.

  1. “És de Braga?”

A expressão que dá título a este artigo, é inspirada no Arco da Porta Nova, que nunca teve uma porta. À data de construção do mesmo, as guerras não eram registadas com tanta frequência, de modo a que a porta não foi considerada.

Sempre que alguém deixa a porta aberta, por algum motivo, ouve de imediato a expressão “És de Braga?”

Existe ainda quem defenda a teoria de que esta expressão representa a hospitalidade dos bracarenses “para que os vizinhos entrem quando quiserem, os bracarenses deixam sempre a porta aberta”.

  1. “Estou a ougar por umas Papas de Sarrabulho”

Braga é mestre na criação de novos conceitos e segundo uma crença antiga ougar deriva do facto de ficar com o cabelo espetado por não conseguir ficar totalmente satisfeito na ingestão de qualquer tipo de alimento.

Existe ainda quem acredite, em termos “linguísticamente corretos”, que a palavra é apenas uma derivação de “aguar”.