Já existiu o tempo em que a carne de cabrito era considerada ritual sagrado para agradar aos deuses. Hoje em dia, atravessa todo o país, ao longo do ano inteiro e parece ter perdido parte da sua solenidade – exceto na região Minhota.
O cabrito é celebrado, atingindo o seu apogeu na mesa do almoço do domingo de Páscoa.
Numa Quaresma de com (ou sem) jejum, o cabrito adota um consenso de ser o prato preferido das famílias portuguesas Minhotas, para o almoço do domingo de Páscoa.
Por alguma razão, estes cabritos são cuidadosamente seleccionados quando têm apenas um mês e meio de vida, concentrando um peso entre os três e os cinco quilos no máximo – sendo a carne mais tenra e rosada.
Variando de região em região é possível assá-lo de diferentes maneiras, perto de Coimbra chega a ser assado à moda do leitão. Contudo, na região Minhota manda a tradição uma versão assada no forno, acompanhada por batatas assadas e arroz com miúdos.
Apesar de ser algo trivial para muitas pessoas, é um facto que até aos dias de hoje existe uma confusão relativamente à diferenciação do cabrito – cabrito, borrego e anho não são a mesma coisa. O cabrito é da raça caprina e os seus progenitores a cabra e o bode. O borrego é um cordeiro com menos de um ano, da raça ovina e sua carne é mais clara e macia. Finalmente o anho, é por sua vez, mais nada do que um cordeiro.
Se a sua escolha para visitar o Minho recaiu sobre a tradição, seja bem-vindo (a)! Braga tem das melhores festividades que o país tem para oferecer na época da Páscoa. Envolva-se pelo folar, pelo cabrito e é claro, não se esqueça do ovo da Páscoa para os afilhados.